Qual a função do nada?

Se é difícil definir "nada", mais difícil é encontrar a resposta para outras questões como:
Para que serve reflectir-se sobre o nada?
Para quem importa?
O que acrescenta ao nosso quotidiano?

Pessoalmente penso que é importante reflectirmos sobre nada, porque esta definição ou é o principio ou o fim de alguma coisa é o que nos indica a fronteira entre o ser e o não ser.
Conhecer o que é o ser e ao mesmo tempo o que não é, ajuda-nos a ter certezas sobre o que está correcto e errado, não concordam?

O que acontece é que somos subjectivos e o que hoje está certo amanhã está errado. Esta subjectividade advém da nossa evolução.

Acontece que as consequências das nossa certezas (subjectivas) por vezes reflectem-se em actos nefastos para outro eu, para nós próprios, ou até mesmo para a nossa sociedade.

Exemplo desta certeza, levada às ultimas consequências é a estória da morte de Galileu Galilei. Quando Galileu acabou condenado por desobediência porque o Concílio de Trento era ignorante, no que diz respeito à teoria heliocêntrica, teoria que galileu defendeu até ao fim da sua vida. Neste caso haviam duas verdades a verdade da época, que defendia a teoria geocêntrica e a de Galileu, do Aristarco de Samos, a de Copérnico e a de outras minorias anónimas (todos eles defensores do heliocêntrismo) . Este últimos tiveram coragem de questionar algo e essa questão provocou uma ruptura sobre uma certeza dominante,colocou a nu duas verdades distintas impossíveis de coexistir em simultâneo porque uma nega a outra e é quando nos confrontamos com esta dicotomia que encontramos o vazio .

É a partir do vazio que floresce uma nova certeza, é assim que chegamos ao fim de outra, mas é principalmente a partir dele que começamos um novo início.

É na oportunidade de começar algo de novo que se encontra a beleza do vazio, não concordam?